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Uma série e quatro documentários para entender o Dia do Índio

19 de abril de 2020

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Uma série e quatro documentários para entender o Dia do Índio

Como diria o poeta, “antes que os homens aqui pisassem nas ricas e férteis Terraes Brasilis”, todo dia era dia de índio. Mas agora eles só têm um dia: 19 de abril.

Celebrado no Brasil em 19 de abril, o Dia do Índio foi criado em 1943, por um decreto do então presidente da República, Getúlio Vargas.

A data havia sido proposta em 1940, pelas lideranças indígenas do continente que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos “homens brancos”. Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas, com a intervenção do Marechal Rondon, apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril, cumprindo a proposta do Congresso de 1940.

A data é um convite para refletir sobre os valores culturais dos povos indígenas e sua preservação. Por isso, selecionamos quatro documentários que mostram a luta desses povos para sobreviver, e uma série ambientada no coração da Amazônia.

1. Série: Frontera Verde

Link: https://www.youtube.com/watch?v=SGorW96RTak

Por que assistir? Ambientada no coração da Amazônia, na fronteira entre o Brasil e a Colômbia, a minisérie une o terror com o sobrenatural apoiada em questões atuais e necessárias, como a realidade dos povos indígenas, as ameaças e imposições culturais e religiosas de grupos missionários, a ganância de fazendeiros, o tráfico de recursos e animais, e a escravização dos povos indígenas, entre outros temas.

Com oito episódios de pouco menos de 50 minutos cada, Frontera Verde aborda questões reais e pouco conhecidas da nossa própria história: nos anos 1930, a Amazônia acolheu uma expedição nazista que estudava nossos recursos e queria implementar bases para propagar suas convicções.

Disponível em: Netflix

2. Documentário: Mulheres Indígenas: Vozes por Direitos e Justiça

Link: https://www.youtube.com/watch?v=JzCGYrzdX3g&feature=emb_logo

Por que assistir? Os dez anos da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas são o mote do documentário “Mulheres Indígenas: Vozes por Direitos e Justiça”, lançado pela ONU Brasil. O vídeo recupera alguns momentos do diálogo entre as mulheres indígenas e as Nações Unidas em torno de sua articulação pelos direitos humanos e em defesa de seus povos e territórios, no Brasil e no exterior.

O documentário resgata a trajetória política das mulheres indígenas na Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW, na sigla em inglês), no Fórum Permanente dos Povos Indígenas e sua articulação no Acampamento Terra Livre e no Kuñague Aty Guasu – ambos espaços políticos dos povos indígenas, além de estabelecer o intercâmbio entre Brasil e Canadá pela aproximação de mulheres indígenas dos dois países.

Disponível em: YouTube

3. Documentário: À Sombra de um Delírio Verde

Link: https://www.youtube.com/watch?v=c2_JXcD97DI

Por que assistir? O documentário aborda a exploração de indígenas Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul em plantações de cana. No que restou de suas terras, encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, juntamente com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível “limpo” e ecologicamente correto, enquanto adultos e adolescentes são explorados nos canaviais.

À Sombra de um Delírio Verde escancara o paradoxo entre sustentabilidade e defesa do meio ambiente às custas do extermínio de um povo. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Na linha de produção do “combustível limpo” são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo. Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder, muitas vezes, encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.

Disponível em: YouTube

4. Documentário: When Two Worlds Collide

Link: https://www.youtube.com/watch?v=Qe9ZybqKOLg

Por que assistir? O governo peruano começa a extrair petróleo, minerais e gás da Amazônia, mas logo surge uma feroz oposição dos povos indígenas que vivem na floresta. Quando o Estado insiste em ignorar seus argumentos, o conflito rapidamente se transforma em confrontos caóticos e extremamente violentos entre os dois lados. O filme captura todos os ângulos dessa batalha que une os direitos indígenas e a preservação da floresta amazônica sob o pano de fundo da globalização.

Disponível em: Netflix

5. Documentário: Piripkura

Link: https://www.youtube.com/watch?v=14cnpfBEWeo

Por que assistir? Premiado como melhor documentário no Festival do Rio e vencedor do prêmio de direitos humanos no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, o documentário conta a história de Pakyi e Tamandua, dois indígenas do povo Piripkura, conhecido como o “povo borboleta”. O filme é narrado por Jair Condor, um servidor da Funai que, desde 1989, realiza expedições periódicas, acompanhado por Rita, a terceira sobrevivente Piripkura. Eles monitoram vestígios que comprovem a presença deles na floresta, a tentando impedir a invasão da área.

A comunidade nômade, praticamente extinta, sobrevive cercada por fazendas e madeireiros, no meio da Floresta Amazônica.

Disponível em: YouTube e Google Play Filmes

Bônus: #MenosPreconceitoMaisÍndio

Os tempos mudaram. Os índios também.  Mas eles continuam lutando pelo direito de ser índio.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=uuzTSTmIaUc&feature=share

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Só de ouvir, dá pra ver que é diferente.